1995
Ao trazer orquestras e artistas emblemáticos para o Brasil, o Mozarteum também inseriu a história da música na programação brasileira de espetáculos. Um exemplo foi a temporada de 1995, que apresentou, entre vários destaques internacionais, a Royal Philharmonic Orchestra com regência de Yehudi Menuhin (1916-1999).
Símbolo cultural britânico, a Royal Philharmonic Orchestra, acompanhada de Yehudi Menuhin, músico que tinha enorme prestígio também como violinista, foi um grande acontecimento. “Cerca de 25 mil pessoas foram ver o concerto ao ar livre da Royal Philharmonic Orchestra no parque Ibirapuera (zona sul), ontem, no primeiro domingo das férias de julho”, noticiou o jornal Folha de S.Paulo sobre a apresentação gratuita da esplendorosa orquestra, promovida pelo Mozarteum na Praça da Paz do parque paulistano. Um clima de descontração marcou este espetáculo que durou duas horas e arrebatou o público. Muito festejada, a Royal Philharmonic, com seu cultuado maestro, então com 79 anos e considerado um monumento vivo da música, também realizou duas apresentações no Theatro Municipal de São Paulo.
Para as plateias brasileiras, as programações do Mozarteum sempre garantiram momentos gloriosos. Em 1995, a temporada também trouxe o genial violinista Gidon Kremer e sua orquestra, a KREMERata, que reflete a criatividade de seu mestre. A Orchestra della Toscana, uma das melhores da Itália, já dirigida pelo compositor Luciano Berio, igualmente marcou presença naquele ano, além da Orquestra de Câmara Tcheca e da Orquestra de Câmara Filarmônica de Berlim.
Com mais de cem cantores, o Coro Filarmônico de Heilbronn se apresentou em São Paulo com a Orquestra Sinfônica Municipal, conduzida por Ulrich Walddoerfer, então diretor artístico deste tradicional conjunto coral alemão, multiplicando o brilho da temporada, que ainda contou com um recital do pianista alemão Christian Zacharias e a estreia brasileira do Balé Real Sueco.
Além de se apresentar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a companhia de dança da Suécia interpretou o balé O Lago dos Cisnes no Theatro Municipal de São Paulo com música ao vivo, tocada pela Orquestra Sinfônica Municipal, sob regência do maestro russo Renat Salavatov.
Programações como esta fizeram do Mozarteum uma chancela de alta qualidade artística, que perdura desde sua fundação, em 1981.