Orquestra Sinfônica Estatal Russa “Evgeny Svetlanov” realiza concerto apoteótico no Parque Ibirapuera

Terje Mikkelsen, maestro norueguês que irradia simpatia, com a Orquestra que tocou músicas de Wagner, Grieg, Borodin e Tchaikovsky. Foto: Marcos Hermes

O chuvisco intermitente que marcou o início tardio do outono não afugentou a plateia que compareceu ao concerto da Orquestra Sinfônica Estatal Russa “Evgeny Svetlanov” no palco externo do Auditório Ibirapuera, na manhã de domingo, 15 de abril. Quem compareceu permaneceu no gramado até o final, mostrando que a música fazia esquecer até da chuva.

Com seus quase 100 extraordinários músicos, a Sinfônica Russa inundou o Parque Ibirapuera com seu som portentoso. Sob regência de Terje Mikkelsen, maestro norueguês que irradia simpatia, a Orquestra tocou músicas de Wagner, Grieg, Borodin e Tchaikovsky.

Assim como já havia feito na matinê para crianças, um dia antes, o violista e professor Marcelo Jaffé apresentou o espetáculo. Entre cada música, ele oferecia informações para o público, possibilitando um aproveitamento maior do concerto.

Para a plateia é a chance de se envolver mais com a música clássica e saber, por exemplo, que o compositor norueguês Edvard Grieg (1843-1907) cultivou profunda amizade com um importante compositor brasileiro, o cearense Alberto Nepomuceno (1864-1920). Sempre em tom descontraído, Marcelo Jaffé contou o que muitos não sabem: casado com uma pianista norueguesa, Walborg Bang, que ele encontrou quando foi se aperfeiçoar na Europa, Nepomuceno conheceu Grieg através da esposa, que era aluna do mais importante compositor norueguês da época. O casal chegou a morar na casa de Grieg, que estimulou Nepomuceno a explorar a cultura brasileira em suas composições, assim como ele fazia com relação às tradições folclóricas da Noruega.

Entre conversas e muita música, a Orquestra Sinfônica Estatal Russa finalizou o concerto em clima apoteótico, tocando a Abertura 1812 de Tchaikovsky, cujo final grandioso inclui sinos e tiros de canhão.

Para o público presente, a chuva parecia já não existir. Diante dos aplausos calorosos, a Sinfônica Russa encerrou o espetáculo com mais uma música: a valsa arrebatadora de Masquerade, de Aram Khachaturian (1903-1978).