Anna Netrebko

Soprano

“Uma soprano de força estelar no melhor sentido;
expressividade carismática que perpassa cada detalhe de sua interpretação”.
– Anthony Tommasini, New York Times

 

Prima-dona reinante do século 21, a soprano Anna Netrebko redefine o conceito de estrela da ópera.

Seja cantando na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno em 2014, seja tornando-se a primeira artista clássica a entrar para a lista Time 100 das 100 personalidades mais influentes do mundo segundo a revista norte-americana TIME, a soprano assumiu o papel de principal embaixadora global da ópera e é amplamente reconhecida como uma das intérpretes mais cativantes e envolventes da atualidade.

Tendo deixado uma marca indelével em muitas das mais icônicas heroínas da ópera – tanto em apresentações como em premiadas gravações – Anna continua voando cada vez mais alto à medida que se aventura por repertórios mais arrojados e dramáticos. Fora dos palcos, compartilha nas mídias sociais sua contagiante joie de vivre – além de sua paixão pela família, por moda e comida – inspirando as pessoas a viverem o lado mais colorido da vida e a celebrarem aquilo que as torna únicas.

No auge de suas potências, Anna está tirando proveito da excepcional maturidade de sua voz para conquistar os papeis mais complexos de sua carreira. A estreia como Giovanna d’Arco, de Verdi, no Festival de Salzburg no verão europeu de 2013 e o concomitante lançamento do CD Verdi pela Deutsche Grammophon, são marcos de um importante ponto de transição, deixando no passado os papeis mais delicados e líricos que a tornaram famosa. Assim, vieram em seguida suas primeiras apresentações como Leonora em Il trovatore, na Ópera Estatal de Berlim; o papel-título em Manon Lescaut de Puccini na Ópera de Roma, sob regência de Riccardo Muti, fazendo par com o tenor do Azerbaijão, Yusif Eyvazov, que mais tarde se tornaria seu marido; Lady Macbeth de Verdi na Ópera Estatal da Baviera em Munique, um papel que reprisou em 2015/16 na abertura das comemorações de 10 anos da Live in HD, série de transmissões de espetáculos da Metropolitan Opera House (Met), ao vivo, para salas de cinemas do mundo todo (sendo uma das únicas cantoras que estrelou em todas as temporadas, Anna Netrebko é o rosto da série). Se havia dúvidas de que ela entraria para os anais da história operística, essas foram afastadas quando, na temporada de 2015/16, ela triunfou como Giovanna d’Arco em sua primeira noite de estreia no La Scala e realizou sua primeira incursão no universo de Wagner como Elsa em Lohengrin, em Dresden.

Na temporada 2017/18, Anna segue na transição para papeis mais densos, complexos, com estreias como Aida no Festival de Salzburg, Madalena em Andrea Chénier de Giordano em sua segunda noite de abertura do La Scala – desta vez com Eyvazov no papel-título – e Tosca na Metropolitan Opera, todas elas montagens novas. Na Ópera Estatal de Viena, ela canta Leonora com o Manrico de Eyvazov e mais tarde estreia na companhia no papel de Adriana Lecouvreur, de Cilea, personagem que ela representou pela primeira vez no verão no Teatro Mariinsky de São Petersburgo. Depois, na Ópera de Paris, ela revisita aquele que já foi seu papel de destaque – Violeta, em La Traviata, que ela reavivou na temporada passada no La Scala. Na primavera europeia ela apresenta seu celebrado retrato de Lady Macbeth na Royal Opera House de Londres pela primeira vez. Nos palcos de concerto, Netrebko e Eyvazov iniciam uma turnê que durará toda a temporada, passando pelo anfiteatro Waldbühne de Berlim em agosto, seguindo para Dubai, Japão e Coreia, Austrália, Nova Zelândia, Mônaco, Moscou e Belarus, cantando tanto repertório operístico como canções do novo CD de duetos, Romanza. A turnê será encerrada com uma apresentação na Royal Albert Hall em Londres no mês de maio.

A atual supremacia de Anna representa o ápice de mais de duas décadas nos palcos de ópera. Foi bem mais fácil entrar na cena internacional primeiro, aliando sua voz já rica e flexível à vivacidade, sensualidade e destreza nos papeis líricos ingênuos de Mozart e ópera de bel canto.

Anna Netrebko estreou nos palcos quando tinha apenas 22 anos de idade, como Susana em As Bodas de Fígaro na Ópera Kirov, sob a batuta de seu então mentor, Valery Gergiev. Entretanto, foi em 2002, quando realizou estreias memoráveis no Met e no Covent Garden, que suas aparições triunfantes no Festival de Salzburg como Donna Anna em Don Giovanni anunciaram de modo decisivo que ali nascia uma estrela.

Novos sucessos se seguiram, em papeis de destaque que incluíram as protagonistas de La Traviata de Verdi, La Bohème de Puccini, Romeu e Julieta de Gounod, Manon de Massenet, La Sonnambula de Bellini, Lucia di Lammermoor, Don Pasquale e L’elisir  d’amore de Donizetti, Guerra e Paz de Prokofiev. Essas interpretações a levaram a cantar nos principais palcos de ópera, como Metropolitan Opera House de Nova York, Ópera de São Francisco, Royal Opera House de Londres, Ópera Estatal de Viena, Ópera de Paris e Zurique, Ópera Estatal de Berlim, além da Ópera Estatal da Baviera em Munique, bem como o retorno a Salzburg, onde se tornou presença regular.

Anna Netrebko representou seu próprio papel ao lado das atrizes Anne Hathaway e Julie Andrews na produção hollywoodiana O Diário da Princesa 2 (2004), e se apresentou ao lado de Plácido Domingo para um público de dez mil pessoas no anfiteatro Waldbühne em Berlim na véspera da final da Copa do Mundo de 2006. Em 2007, ano em que entrou para a lista Time 100, Anna encabeçou o famoso evento londrino Last Night of the Proms, estreou no Carnegie Hall em um concerto com Dmitri Hvorostovsky e fez uma serenata para o diretor de cinema Martin Scorsese na transmissão, pela rede norte-americana CBS, da 30ª edição do Annual Kennedy Center Honors, diante do Presidente dos Estados Unidos. Em 2016 tornou-se uma das raras artistas de todos os tempos a realizar um recital solo com ingressos esgotados na Metropolitan Opera.

Netrebko alcançou status de superstar, porém sua ânsia por novos desafios e a voz cada vez mais potente a conduziram a papeis cada vez mais complexos. Esses papeis incluem o papel-título de Iolanta de Tchaikovsky e Tatiana em Eugene Onegin, bem como Anna Bolena de Donizetti, um papel notoriamente formidável que em 2011 – ano em que ela estreou no La Scala de Milão – foi o veículo para o triunfo na estreia da montagem da ópera no Met de Nova York. Essa ficou marcada como a primeira de uma série inédita de três montagens para abertura de temporada que ela encabeçaria na casa nova-iorquina, culminando com um novo tratamento para Eugene Onegin em 2013/14. Ela alcançou sucesso semelhante fora da casa de ópera, estrelando La bohème: O Filme, de Robert Dornhelm, lançado em 2008 em celebração aos 150 anos de nascimento do compositor; cantando ao lado de Andrea Bocelli na transmissão feita pela BBC do Prêmio Classical BRIT Awards 2008; dando um recital com Daniel Barenboim na Philharmonie de Berlim; como destaque na Cúpula Mulheres no Mundo 2012, promovida pela revista Newsweek e pelo site Daily Beast; e ainda, juntando-se a Hvorostovsky para um concerto televisionado na Praça Vermelha de Moscou. Afirmando sua posição como um dos tesouros nacionais da Rússia, foi escolhida para cantar o hino olímpico ao vivo na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 em Sochi, televisionada para o mundo todo.

Artista exclusiva do selo Deutsche Grammophon desde 2003, a soprano ostenta extensa discografia que inclui álbuns solo, registros completos de ópera e repertório de concerto. Seu lançamento solo de 2016, Verismo, estreou como nº 1 nas paradas clássicas em dezenas de países, além de receber uma indicação ao Grammy e vencer o prêmio Diapason d’Or de l’Année na categoria Recital de Canto. Os álbuns solos anteriores pelo selo amarelo – Opera Arias, Sempre Libera, Duets, Russian Album, Souvenirs, In the Still of Night, Anna Netrebko: Live at the Metropolitan Opera, Anna Netrebko: Verdi, além de Verismo – foram todos best-sellers, assim como os ciclos completos de La Ttraviata, Le Nozze di Figaro, La Bohème, I Capuleti e i Montecchi, Giovanna d’Arco, Iolanta, Manon Lescaut, War Requiem de Britten, os Stabat Maters de Pergolesi e Rossini, bem como o Four Last Songs de Strauss. Sua estreia na obra de Wagner em Lohengrin foi recentemente lançada em DVD e blu-ray, enquanto outros destaques de sua videografia incluem Ruslan and Lyudmila, Betrothal in a Monastery, La Traviata, Le Nozze di Figaro, I Puritani, Manon, Lucia di Lammermoor, Don Pasquale, Anna Bolena, Eugene Onegin, La bohème, Don Giovanni, Il Trovatore, Macbeth; além de um DVD com vídeos de músicas intitulado Anna Netrebko: The Woman, The Voice.

Demais honrarias e prêmios concedidos à cantora incluem indicações ao Grammy pelos registros Violetta e Russian Album; o prêmio de Melhor Cantora no International Opera Award em 2017; o Prêmio Opera News em 2016; o Prêmio Musical America 2008 na categoria Musicista do Ano; o prestigioso Prêmio Bambi alemão; Cantora do Ano e Artista Feminina do Ano pelo britânico Classical BRIT Awards; além de onze prêmios ECHO Klassik, incluindo o de Cantora do Ano. Com dupla cidadania austríaca, foi agraciada com o título de Kammersängerin em 2017 – título concedido apenas aos mais ilustres cantores de ópera no país. Em seu país natal, a Rússia, recebeu o Prêmio Estatal Russo – mais elevada honraria concedida pelo governo russo na área de artes e literatura – em 2005 e, em 2008, foi agraciada com o título de Artista do Povo da Rússia.

Nascida em Krasnodar, na Rússia, em 1971, Anna Netrebko estudou canto no Conservatório de São Petersburgo. Mãe e defensora ferrenha de causas infantis, apoia várias organizações sociais, incluindo a Aldeia SOS Internacional e a Sociedade Russa de Bem-Estar Infantil. Anna Netrebko é embaixadora global da joalheria Chopard desde 2006.