Andrea Tierra

Cantora

Um relato pessoal:

“Nasci em Medellín, na Colômbia, conhecida por seus habitantes como a Cidade da Eterna Primavera, graças ao clima maravilhoso e a flora exótica. Sou a mais velha de três filhos e, desde muito nova, meus pais Luz Stella e Mario me ensinaram a amar a vida e a apreciar suas várias cores – numa cidade como Medellín, ambas as coisas foram possíveis. Cresci em meio a inúmeros círculos literários, vendo meu pai recitar seus poemas sobre a vida campesina, e minha mãe cozinhar as mais requintadas e deliciosas iguarias da região da Antióquia, terra de meus ancestrais. Durante toda minha infância, praticamente não chorei. Acho que no fundo, sabia que deveria guardar minhas lágrimas para mais tarde.

Escrevi meu primeiro poema aos 12 anos de idade, mas o escondi embaixo do colchão, por puro medo que alguém descobrisse como de fato me sentia. A combinação dos sempre presentes gêneros musicais regionais colombianos, como Trova, Bambuco, Pasillos, unidos ao meu amor pela poesia, me ajudaram a me desenvolver artisticamente e a experimentar as mais diversas maluquices, de modo que, quando cresci (isto é, se é que alguém de fato ‘cresce’) tudo ficou claro – decidi que queria cantar.

Quando completei 16 anos, emigrei com minha família para os Estados Unidos, em busca não sei bem de quê. O que encontramos, no entanto, foi um país que generosamente apoiou e continua apoiando todos os nossos sonhos. Vivo em Nova York, uma sedutora Big Apple, porém uma “maçã difícil de morder”, já que nunca deixei de sentir saudades de minha terra natal. Nunca mais pude acordar com o aroma único da Colômbia, uma mistura suave de chocolate e aroma do campo.

Aos 20 anos de idade, abandonei o segundo semestre de publicidade e passei a me dedicar de corpo e alma ao Amor. Amor é a razão pela qual canto, escrevo versos, danço e me permito ser levada pelo vento a cada oportunidade que me é dada. Felizmente tenho braços suficientemente longos para isso. Pensando bem, deve ser esta a razão por trás da minha ansiedade.

Um dia, fugindo dos homens, encontrei um homem que fugia das mulheres – Edmar Castañeda, um homem com o mais nobre dos corações e um sorriso como nenhum outro. Edmar, sua harpa e eu cantamos a mesma música e alcançamos as notas mais altas – 20 dias depois, nos casamos!

Alguns anos mais tarde, fomos abençoados com a presença de dois anjinhos – Zeudi e Zamir, que decidiram fazer do nosso, o lar deles também.

Eu amo o Amor (sim, sou terrivelmente cliché e estou plenamente consciente da redundância). DEUS é meu maior tesouro e carrego Jesus Cristo em minha alma, porque ele realizou o maior ato de amor que a humanidade jamais viu. Eu acredito plenamente em estar aqui para fazer algo especial e acredito que minha voz tenha um propósito, embora não seja verdadeiramente minha voz. Minha voz de fato pertence a outras mulheres, outros homens, pertence a quem quer que sinta amor, àqueles que sofrem, a todos aqueles que se indignam diante da injustiça. E também pertence a todos aqueles que querem gritar e não podem. Não tenho outra ambição senão a de ser instrumento do Mestre da Vida se assim o determinar, e de iluminar um pouco o mundo através da minha voz.”