Edmar Castañeda

Harpa

“Nasci para tocar harpa. É um dom de Deus e, como todo dom que vem de Deus, tem um propósito. O propósito da minha música é adorá-lo e levar sua presença e amor incondicional até as pessoas.” – Edmar Castañeda.

Desde sua chegada aos Estados Unidos, em 1994, o colombiano virtuoso da harpa Edmar Castañeda forjou um caminho próprio e autêntico na música. Trouxe para o universo do jazz não apenas um instrumento que não é familiar ao jazz, mas toda uma expressão inédita, ramificada em um universo de diferentes estilos e gêneros. Sua extensa carreira é notável pela descoberta de um papel fantástico para a harpa no jazz, além da contínua inovação e estímulo à criatividade a partir de uma profusão de parcerias formidáveis. Seu último CD, Live in Montreal, consolida uma história crescente de extraordinárias parcerias: um duo absolutamente singular com o eletrizante pianista japonês Hiromi.

Live in Montreal é o último de quatro aclamados álbuns em que Edmar Castañeda figura como artista principal, em parcerias com artistas como o guitarrista John Scofield, o pianista Gonzalo Rubalcaba, os baixistas Marcus Miller e John Patitucci, o bandolinista Hamilton de Holanda, o grande músico de MPB e jazz Ivan Lins, além do mentor de Castañeda, o saxofonista cubano Paquito D’Rivera. O harpista dividiu ainda os palcos com artistas icônicos como Sting, Ricki Lee Jones, The Yellowjackets e Paco De Lucia. Além de sua abordagem inovadora da tradição do jazz, compôs obras sinfônicas para a Orquestra Clássica de Espinho e para a Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo, peças de música de câmara para a israelense Camerata Jerusalem e para a Orquestra Sinfônica Nacional da Colômbia.

Nascido em Bogotá, na Colômbia, em 1978, Castañeda começou tocando músicas folclóricas colombianas na harpa, ainda adolescente. Descobriu o jazz logo após se mudar para Nova York com o pai em 1994, tendo se sentido imediatamente atraído pela liberdade e sofisticação desse estilo musical. Sem real precedente para a harpa no mundo do jazz, Castañeda estudava trompete de dia e à noite testava os conhecimentos recém-adquiridos tocando harpa em um restaurante.

O músico foi introduzido na comunidade do jazz por Paquito D’Rivera, que, percebendo a paixão com que o harpista tocava, apadrinhou o jovem. D’Rivera o descreveu como um enorme talento. “Tem a versatilidade e o carisma encantador de um músico que tirou a harpa da sombra para se tornar um dos mais autênticos músicos da Big Apple”.

Desde então, Castañeda tomou Nova York e os palcos do mundo de assalto com o vigor autêntico do domínio virtuosístico da harpa, revolucionando a maneira como público e crítica enxergavam um instrumento comumente relegado à categoria de “incomum”.

Edgar Castañeda fez sua estreia como artista principal no CD Cuartos de Colores, de 2007, no qual figura em diferentes contextos, inclusive como convidado de Paquito D’Rivera e do explosivo percussionista Pedrito Martinez. Depois, em 2009, gravou Entre Cuerdas, em trio com o trombonista Marshall Gilkes e com o baterista Dave Silliman, com participação do guitarrista John Scofield, do vibrafonista Joe Locke, do percussionista Samuel Torres e da cantora colombiana Andrea Tierra.

Double Portion (2012) traz peças para solo e duo, com Castañeda entrelaçando conversas musicais brilhantes com Rubalcaba, Hamilton de Holanda e com o saxofonista Miguel Zénon. Live at the Jazz Standard (2015) exibe o World Ensemble de Castañeda e reúne músicos de variadas tradições mundiais. A banda estelar trouxe de volta Gilkes, Silliman e Tierra, junto com o mestre suíço da gaita Grégoire Maret; o flautista Itai Kriss e o saxofonista Shlomi Cohen (ambos de Israel); o pianista chileno Pablo Vergara; o baterista e também colombiano Rodrigo Villalon; o turco Tamer Pinarbasi no kanun; e o brasileiro Sergio Krakowski no pandeiro.

“O colombiano toca harpa como poucos no mundo. Suas mãos, visivelmente movidas por duas pessoas diferentes, produzem uma plenitude sonora única e sinfônica, cordas que disparam, equilíbrio entre figuras melódicas e impulso, acrescidos de ritmos latino-americanos eufóricos e a liberdade de improviso de um músico de jazz experiente… virtuosismo cativante, mas de forma alguma virtuosismo por si só”.

Frankfurter Allgemeine Zeitung